por Júlio Canuto.
Vida, tempo impreciso, inconstante. Milhões de coisas acontecendo, sendo que não damos conta nem do que é de nossa responsabilidade. Caminho da loucura.
A vida é insana. Tenho a impressão de que nascemos lúcidos: só sensação, estímulo e experimento, para depois absorvermos involuntariamente os códigos sociais, os valores.
Daí, já inculcados das normas a seguir, nossas vidas podem ser resumidas aos compromissos comuns a todos que compartilham da mesma cultura, da mesma sociedade. Na verdade, compromissos e rotinas foram inventados por gerações de insanos, que em sua loucura procuravam livrarem-se do desenrolar natural da vida. Coitados, pensavam estarem se libertando. Os doentes não dispunham de inteligência suficiente para saber que a rotina agravaria seu quadro de insanidade, pois os deixariam ainda mais presos. Não podemos vencer a natureza.
A conseqüência é que se atribui as mais diversas interpretações para fatos semelhantes, e lidamos diariamente com as convenções sociais criadas pela insanidade e ao mesmo tempo com o desenrolar natural da vida. Misturamos tudo. Nascemos, crescemos, envelhecemos, morremos; e também convivemos, reproduzimos etc. E cada momento deste é encoberto por valores, que formam significados além do simples nascer, crescer, envelhecer, morrer.
Veja meu caso pessoal.
Em um dia, na expectativa de uma bem próxima viagem para a Bahia (uma semana vivendo “naturalmente” depois de dois anos de trabalho), recebo a notícia da morte estúpida de um amigo (num acidente, num brinquedo da insanidade); no dia seguinte, a notícia da gestação do filho de um outro amigo; na semana que entra a expectativa do fim de um projeto (trabalho); um aniversário de relacionamento no meio desta semana; uma comemoração no final desta semana (pelo fim do trabalho); o aniversário da namorada; e o carnaval se aproximando.
Veja que em todos estes eventos que acontecem quase simultaneamente, natureza e insanidade se confundem. Conseguirei sair a salvo desta confusão de sensações naturais e fabricadas?
Claro que não! Afinal também já sou insano.
A vida é insana. Tenho a impressão de que nascemos lúcidos: só sensação, estímulo e experimento, para depois absorvermos involuntariamente os códigos sociais, os valores.
Daí, já inculcados das normas a seguir, nossas vidas podem ser resumidas aos compromissos comuns a todos que compartilham da mesma cultura, da mesma sociedade. Na verdade, compromissos e rotinas foram inventados por gerações de insanos, que em sua loucura procuravam livrarem-se do desenrolar natural da vida. Coitados, pensavam estarem se libertando. Os doentes não dispunham de inteligência suficiente para saber que a rotina agravaria seu quadro de insanidade, pois os deixariam ainda mais presos. Não podemos vencer a natureza.
A conseqüência é que se atribui as mais diversas interpretações para fatos semelhantes, e lidamos diariamente com as convenções sociais criadas pela insanidade e ao mesmo tempo com o desenrolar natural da vida. Misturamos tudo. Nascemos, crescemos, envelhecemos, morremos; e também convivemos, reproduzimos etc. E cada momento deste é encoberto por valores, que formam significados além do simples nascer, crescer, envelhecer, morrer.
Veja meu caso pessoal.
Em um dia, na expectativa de uma bem próxima viagem para a Bahia (uma semana vivendo “naturalmente” depois de dois anos de trabalho), recebo a notícia da morte estúpida de um amigo (num acidente, num brinquedo da insanidade); no dia seguinte, a notícia da gestação do filho de um outro amigo; na semana que entra a expectativa do fim de um projeto (trabalho); um aniversário de relacionamento no meio desta semana; uma comemoração no final desta semana (pelo fim do trabalho); o aniversário da namorada; e o carnaval se aproximando.
Veja que em todos estes eventos que acontecem quase simultaneamente, natureza e insanidade se confundem. Conseguirei sair a salvo desta confusão de sensações naturais e fabricadas?
Claro que não! Afinal também já sou insano.
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*texto de fevereiro de 2009
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